quarta-feira, 19 de junho de 2013

AVESTRUZ – Mário Prata ( Profª Dirce Rarumi)


AVESTRUZ – Mário Prata

9 aulas

Atividade proposta para alunos do 6º ano.

                                                          SONDAGEM

 

1-(aula)    O que é uma crônica? Quais as características específicas que os textos têm que ter para que possamos enquadrá-los este no gênero crônica? O que diferencia da fábula e do conto? Retomar as particularidade de cada gênero citado e compará-las.

1- (aula)   Realizar uma leitura compartilhada na qual o professor fará pausas estimulando os seus alunos com questões do tipo:  É comum esse presente? Por que a culpa é de quem conta o fato? O que levou a criança a querer esse tipo de ave? Não seria mais fácil criar um animal doméstico em casa? Será que um avestruz é tão carinhoso como cachorros e gatos? (Enfatizar o aspecto humorístico do texto a partir da entonação).

1- (aula)  Após  levantado esses questionamentos inicias, retomar a discussão: Qual é o gênero do texto lido? Por quê? Localizar informações que comprovem o gênero identificado.

1- (aula)  Construção  de uma ficha organizativa( título, autor, publicação, assunto narrado, personagens, espaço e tempo).

                                                     INFERÊNCIA S

1- ( aula)  Por que o menino só muda de ideia a partir do conhecimento dos hábitos alimentares da ave?         Você agiria da mesma forma? Como lidar com o diferente? Imagine a situação que se encontraria você com um mês de moradia de um avestruz em sua casa.

2  (aulas)  Dialogando com outros manifestações linguísticas: Filme: “ Os pinguins do papai “ intertextualidade: habitat de um se transformando no outro.

1 (aula)  Produção textual  “Uma tarde com um animal inusitado . Recuperar as duas situações  apresentadas, espelhando-se na vivência que o personagem do filme teve com os pinguins, e o que o menino da crônica poderia ter se tivesse ganhado o avestruz de presente.

1 (aula) correção individual e devolutiva para socializar as diferentes perspectivas construídas por nossos alunos.

Ilustração (exposição em mural)
1 (aula) através da artes produzir um boneco dos animais citados

Texto Pausa- Moacyr Scliar ( Profª Dirce Rarumi)

  
Texto Pausa- Moacyr Scliar

Alunos 7º Ano

6 aulas

Sondagem

O que o título “Pausa” do texto sugere a você? Sobre o que o texto pode tratar? A qual gênero textual pertence o texto? Que tipo de pausa o texto refere? A crônica relata um fato do cotidiano, como você acha que será descrita as ações, sabendo que esse texto foi escrito em 1963?

Mostrar o texto aos poucos e fazer intervenções, localização de implícitos. O que se entende pela fala:  “todos os domingos tu sais cedo” . No decorrer da narrativa há marcas de passagem de tempo, você diria que se trata de um breve intervalo de tempo? Não há tempo definido, ocorre no período da manhã?  Há intervalo, cerca 12 minutos? Qual é o foco narrativo do texto?

Transcreva do texto a passagem em que autor descreve o local ao qual a personagem se dirige para sua “pausa”. No trecho “ Nu, corria por uma planície imensa. Perseguido por um índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas corriam. As palavras em negrito se referem a: lugares a esmo? Parte de corpo humano? Acidente geográficos, utilizados de forma conotativa ou denotativa? Lugar de perseguição.

Porque a personagem fazia uma “pausa”, qual a finalidade dela? Qual o questionamento da esposa, em relação às saídas do marido, aos domingos?

Exibição do trecho do filme CLICK, que semelhanças existem entre a personagem  Samuel / Isidoro do texto pausa a personagem Michael do filme? Ilustrar o sonho da personagem principal.

Perguntar aos alunos: “vocês conhecem um texto, obra, música, que lembram a crônica em estudo”?

Fazer uma relação com a obrar “ Alice no País das Maravilhas”, na qual  personagem, também encontra em uma situação rotineira, e faz uma “pausa”, na qual ela embarca ao País das Maravilhas (trabalhar o início e o final da narrativa ” Alice na País das Maravilhas”

Após a leitura do texto, quais valores morais você atribui a Samuel? Produzir uma notícia de jornal a partir dos acontecimentos do texto.

Avaliação. Montar um jornal mural com as notícias produzidas pelos alunos, produto final da atividade.

domingo, 16 de junho de 2013

"MEU PRIMEIRO BEIJO"
-Público alvo - alunos 9º ano
1- Inicialmente, sondagem do título:
O que ele sugere? Que tipo de beijo: Beijo de amigo? Namorado/a? Amigo/a? Pai/mãe?
Como imaginam esse beijo? Inocente? Quente?
2- Leitura do texto pelo professor,pausando e fazendo indagações de acordo com o trecho:
Quem seriam os protagonistas?  Qual o tipo de envolvimento entre eles?
Qual a idade deles?  Em que série/ano estão? Como você sabem disso? Que elementos do
 texto fizeram essa indicação? Que matérias/disciplinas são sugeridas pelo texto? Em que
 época estão? O texto relata um contexto contemporâneo?  Qual a diferença entre namorar e
 ficar? Eles namoram ou estão ficando? Como você sabe isso?
 Qual a situação socioeconômica e cultural pode ser sugerida pelo curso de inglês e pelo transporte utilizado?
3- Verificação do vocabulário.
Nesse momento há a possibilidade de se trabalhar a interdisciplinaridade, esclarecendo vocabulário específico(Química e Biologia).  Tal pesquisa pode ser feita na sala do "Acessa Escola"
4- Levantamento da tipologia textual,  sugerida pelos elementos do texto.
Que características o texto nos apresenta? Quais são os elementos desse gênero textual presentes em "Meu Primeiro Beijo"?
5- Pesquisa (Acessa Escola):
Quais os tipos de beijo existentes, considerando diferenças religiosas, culturais, relacionamento entre os envolvidos? Existe beijo proibido? Beijo que indique traição?
6- Ilustração dos tipos de beijo mencionados no item 5.Também na sala do "Acessa Escola"
Qual se encaixa melhor com "Meu Primeiro Beijo"
7- Produção textual:
Podemos trabalhar algumas produções de texto: rescrita com mudança de foco narrativo, e/ou
produção de um relato pessoal com o tema proposto.
8-Há também a possibilidade de se criar um diálogo entre as personagens, durante o percurso de ônibus, podendo ser usado posteriormente como uma dramatização.
9 - Sugestâo de filme "Meu Primeiro Amor"
sugestão de música "Beija Eu
sugestão de aula professora Marisa Ribeiro.

sábado, 15 de junho de 2013

Textos analisados no curso, Melhor Gestão Melhor Ensino:
 Pausa de Moacir Scliar, O Avestruz de Mário Prata e Meu primeiro beijo de Antonio Barreto.

Uma atividade diferenciada para trabalharmos esse texto é usarmos o teatro, pode-se fazer uma pequena encenação do texto todo ou de partes dele. Podemos por exemplo teatralizar só o sonho, ou só a parte em que chega ao hotel, sua saída de manhã.  E a cada enquetezinha fazemos uma intervenção explicando e ajudando os alunos a inferirem suas ideias no texto. Caso nenhum aluno em sala queira fazer a atividade por serem tímidos ou qualquer outra coisa, podemos nós mesmos teatralizar o texto, afinal somos meio artistas não somos. Mas se você professor também não se da bem com teatro então use a atividade abaixo:
Oficina 2 – Olhar apurado para a diversidade
Texto “Pausa” Moacyr Scliar, duração da atividade, uma aula.
Procedimentos antes da leitura.
Conhecimentos prévios sobre o autor
1-Quem é Moacyr Scliar? Que outros textos ele já escreveu?  A crônica em questão foi escrita em 1963, qual o contexto histórico? Explique também se os alunos sabem o que um escritor ou um jornalista faz de verdade.
2-Que tipo de pausa o titulo sugere?
Procedimentos durante a leitura
1-“- Todo domingo, tu sais cedo...” Nesse trecho a esposa deixa claro que o marido sai todo domingo de manhã, onde vocês imaginam que ele vai?
2-”... a mulher apareceu, bocejando:...” “A mulher coçava a axila esquerda.”, observando esses trechos temos uma visão diferente da mulher, como será que ela era de verdade? Que imagem vocês fazem da mulher?
3-“- Vais sair de novo Samuel?”, ”-Ah! Seu Isidoro!...” Esses trechos mostram que o protagonista da nossa crônica, trocava o nome quando chegava ao hotel. Por que ele fez isso?
4-Paramos a crônica no 18º parágrafo, e questionamos o final, deixemos que os alunos façam as inferências que quiserem, podemos anotar na lousa tudo que disserem mesmo os questionamentos anteriores, e depois continuamos a leitura.
Procedimentos após a leitura.
1-O que a atitude de Samuel/Isidoro nos demonstra? Por que ele vai ao hotel “dormir”?
2-Levando-se em consideração o ano, 1963, em que a crônica foi escrita e o contexto histórico da época, reflita sobre o sonho de Samuel.
Uma dica após fazermos essa atividade é pedir para um aluno ler o texto todo outra vez só para garantir uma sequência de raciocínio. 



 O Avestruz de Mário Prata

O texto avestruz de Mário Prata, é muito divertido. É um texto muito bom para trabalharmos com uma quinta ou sexta série (sexto ou sétimo ano), pois é uma faixa etária onde cabe muita inferência. Eu trabalharia com o texto somente para instigar a leitura, somente para prazer, deixar que eles comentem o que quiserem, faria dessa forma:
Texto: O Avestruz de Mário Prata
A atividade deve começar chamando a atenção deles para o objeto de desejo, o avestruz, eu faria um boneco marionete usando:
Três bolas de isopor ou coisa semelhante, uma bola grande de isopor, uma bola pequena de isopor, e uma bola média de isopor, lembrando que as bolas de isopor são vendidas por números assim fica fácil ver os tamanhos e ela também podem ser separadas ao meio, usaria também uma corda ou um barbante grosso, algumas penas cola quente, dois pedaços de madeira para amarrar os barbantes.
Você começa usando a bola pequena faça um cone de cartolina para ser usado como bico, e faça também dois olhos, cole tudo junto com alguma pena na cabeça.
Com a bola grande você cola pena, ou desenha penas nas laterais e penas na parte de trás imitando o rabo do avestruz.
A bola média pode ser separada ao meio para usarmos como os pés ou patas do avestruz.
Ligamos tudo como os barbantes, amarramos o topo da cabeça e os pés com uma linha fina e depois amarramos a outra ponta nas madeiras. As madeiras devem ser coladas em cruz, depois é só manipular, o seu marionete deve ficar:
Assim                                                                                             

Agora caro colega imagine a carinha do seu aluno quando você entrar na sala de aula com esse bichinho são esses momentos que a faz a mágica acontecer. Tenho certeza que eles vão ficar bem empolgados com a marionete e com a história.
Se preferir pode pegar uma meia calça usada cortar uma das pernas e fazer olhos na parte dos pés, como aqueles antigos fantoches de meia, pode colar um bico, penas e vesti-la em uma das mãos, pronto outra maneira de fazer a mágica acontecer. Bem isso é o que eu faria, encantaria as crianças, faria com que elas sentissem a mágica da literatura, das histórias, faze-lás viajar sem sair do lugar, pense bem isso não seria incrível.

MEU PRIMEIRO BEIJO
Esse texto é muito bom para ser trabalhado com uma sala de nono ano (oitava série) ou primeiro do ensino médio. Ele trás um pouco da experiência do primeiro beijo, do frio da barriga, o suor nas mãos, o coração acelerado, a respiração ofegando, lembram-se disso? Pois é esta a sensação que o aluno precisa sentir ao ler esse texto. Tudo bem com os alunos dançando funk escandaloso nos dias de hoje, é mais difícil ter esses sentimentos. Mas espera ai será que não da para juntarmos as duas coisas, que tal pedir para a garotada fazer um RAP com isso, lembrando que esse gênero esta nas apostilas e até no currículo do estado.
Essa atividade pode ser feita em duas aulas:
Na primeira aula podemos colocar na lousa o que eles sentiram no primeiro beijo, ou se já tiveram um primeiro beijo. Depois fazemos a leitura, podemos nós professores fazermos uma primeira leitura dando ênfase em pontos que queremos trabalhar, por exemplo:
O contexto histórico, a historia se passa em 1977 época em que aconteciam muitas mudanças e os jovens estavam vivendo ainda uma ditadura. Tudo era censurado.
Podemos discutir ainda sobre essas sensações que estão descritas no texto. Podemos traduzir o trecho “... acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto...”, como o frio na barriga ou o calorzinho descrito pelo autor.
Podemos contar uma experiência de algum amigo ou amiga, não acho bom contar a sua, pois pode confundir com intimidade, daí a ideia de contar a experiência do amigo. Podemos então no final propor a produção do RAP do primeiro beijo.
Na segunda aula podemos ouvir as musicas e ate grava-las, deixar no arquivo da escola ou postar nos blogs, isso iria dar um reconhecimento e tanto para eles.
Bem essas são minhas ideias sobre os textos, a maneira como eu trabalharei com eles espero que ajude algum colega em seu trabalho também.  


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Declaração de amor à língua portuguesa ( profª Dirce Rarumi)

Declaração de amor à língua portuguesa



Declaração de amor à língua portuguesa, na sua multiplicidade de falares
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por Sara Moreira | para o Global Voices
 
A língua Portuguesa, falada por mais de 200 milhões de pessoas à volta do mundo, é muitas vezes descrita como “pátria” ou “mátria” do mundo lusófono. Hoje (21 de Fevereiro) comemora-se o Dia Internacional da Língua-Mãe, instituído pela UNESCO em 1999. Com um tributo à lusofonia em toda a sua diversidade linguística e cultural, convidamos, neste artigo, a navegar por reflexões de internautas lusófonos, despoletadas pela leitura do primeiro romance dedicado à língua portuguesa, Milagrário Pessoal - a obra mais recente do autor Angolano José Eduardo Agualusa.
O título do artigo foi retirado do blog Mértola, numa menção ao Milagrário Pessoal, por Carlos Viegas:
uma declaração de amor à língua portuguesa, na sua multiplicidade de falares (…) uma viagem pela história da nossa língua, pelos locais e culturas que alimentaram a sua enorme riqueza.
 Lu Freitas no Flickr. CC BY-NC-SA 2.0
Foto: Manu Magalhães. CC BY-NC-SA 2.0
O português é a língua oficial de oito países - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste - em quatro continentes - África, América, Ásia e Europa. A língua atravessa assim um espaço descontínuo ao longo de uma área vasta do globo terrestre (7,2 por cento da terra do planeta), abrangendo realidades extremamente diversas que se reflectem na multiplicidade de falares. É também a quinta língua mais falada na internet, de acordo com a Internet World Stats, com cerca de 82,5 milhões de cibernautas.
Falecido em Junho de 2010, José Saramago - o único Nobel da Literatura lusófono - dizia que “não há uma língua portuguesa, há línguas em português“. O escritor Agualusa, numaentrevista ao blog Porta-Livros, refere:
O português é uma construção conjunta de toda a gente que fala português e isso é que faz dele uma língua tão interessante, com tanta elegância, elasticidade e plasticidade.
O romance - ou o “ensaio sobre o português disfarçado de romance”, como o jornalista Pedro Mexia o descreve numa crítica intitulada Política da Língua - conta uma história de amor ao mesmo tempo que explora processos de construção da língua portuguesa. Agualusa, ainda na entrevista acima, admite ter “muita pena de certas palavras muito bonitas que se perdem, que deixam de ser utilizadas” e partilha a necessidade e “obrigação de não deixar morrer certas palavras”.
 Lu Freitas no Flickr. CC BY-NC-SA 2.0
Poema de Fernando Pessoa: Quem não vê bem uma palavra, não pode ver uma alma. Foto: Lu Freitas no Flickr. CC BY-NC-SA 2.0
Rui Azeredo, do blog Porta-Livros, explica como a “história [de amor] serve só de pretexto para homenagear a língua portuguesa”:
através de uma busca, por parte das suas principais personagens, dos neologismos do português. E bem encaixados no meio da história (…) surgem os neologismos, como uma aula na qual nem se repara, mas onde tudo se aprende. De Portugal a Angola, passando pelo Brasil e outros, corremos os olhos por jogos de palavras (novas e velhas, dependendo por vezes da geografia) bem lançados por Agualusa.
Numa recensão ao Milagrário Pessoal, Bruno Vieira Amaral, do blog Circo da Lama, acredita que “as palavras têm poder, as palavras são poder”. Amaral republica citações do Milagrário Pessoal - em trechos tão romanceados quanto representativos da história dos países a que se referem - em que a língua portuguesa serviu de veículo para práticas políticas insubmissas, subversivas e de afirmação nacionalista:
Palavras também são poder, política no sentido mais lato. Podem significar insubmissão, como no caso do timorense que declamava sonetos de Camões. Podem significar afirmação nacionalista, como no caso das elites brasileiras que passaram a utilizar apelidos de origem tupi. Podem significar subversão, como o colonizado que pretende colonizar a língua do colonizador para assim o dominar.
José Leitão, no blog Inclusão e Cidadania, corrobora:
O romance contém pistas preciosas para uma política da língua, que merecem a atenção dos cientistas sociais, dos linguistas e dos responsáveis pela política da língua portuguesa
 A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros/Vinha da boca do povo na língua errada do povo/Língua certa do povo/Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil/Ao passo que nós/O que fazemos/É macaquear/A sintaxe lusíada. Foto de Capitu no Flickr. CC BY-NC-SA 2.0.
Poema de Manuel Bandeira: A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros/Vinha da boca do povo na língua errada do povo/Língua certa do povo/Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil/Ao passo que nós/O que fazemos/É macaquear/A sintaxe lusíada. Foto de Capitu no Flickr. CC BY-NC-SA 2.0.
As reflexões dos leitores do Milagrário Pessoal na blogosfera por vezes abordaram o polémicoAcordo Ortográfico da língua Portuguesa, que pretende uniformizar e convergir as ortografias usadas em cada país de língua portuguesa. Na entrevista ao blog Porta-Livros, Agualusa afirma:
Nunca como agora houve tanto movimento de pessoas e ideias entre todos os países de língua portuguesa. (…) E isso faz com que a língua se aproxime.
Pedro Teixeira Neves, do PNETLiteratura, cita um trecho do livro e pergunta:
«Escreve Moisés da Conceição que a língua portuguesa, sendo já africana na sua matriz, pelo demorado convívio pelo árabe, que muito a contaminou, necessita de enegrecer ainda mais, afeiçoando-se à geografia dos lugares onde estão os seus abundosos falantes. O nosso destino é o de nos engolirmos uns aos outros…» Resumindo, é pois, de algum modo, esta a temática-tese de fundo onde se inscreve a tinta ficcional deste romance. Crítica velada ao acordo ortográfico? Porque não entreler desse modo?…
Não apontando resposta à pergunta, Teixeira Neves afirma que “a Língua é um tesouro” e termina:
Um tesouro guardado não numa arca estanque dos povos que dele fazem uso (portanto, que falam essa Língua, o português), antes um tesouro que na sua diversidade geográfica e crescimento contínuo mais se enriquece e inflaciona. Em suma: a identidade da língua é múltipla, e tal facto não representa senão um acrescento, jamais uma subtracção. A língua é elástica, corpo vivo que se alimenta do tempo e dos tempos. A língua é uma contínua viagem de navegação por mares a cada dia nunca antes vistos ou adentrados.
"
Poema de Antonio Risério: “nossa matéria-prima é a palavra. A palavra como som, como sentido, como prática, como senha, como signo cultural distintivo, como argamassa cultural, como história, como objeto, como entidade mutante e mutável”.
Foto de Bernarda Maia no Flickr. CC BY-NC-SA 2.0
Paula Góes contribuiu para a ilustração deste artigo. 
Todas as fotos foram tiradas no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, Brasil.Creative Commons License Escrito por Sara Moreira

Declarações de Amor






terça-feira, 4 de junho de 2013

Hugo Cabret Propaganda ( Dirce Rarumi )





Trailer do Filme : A Invenção do Hugo Cabret

http://www.youtube.com/watch?v=kNrsGLpTEjs




Profª Dirce Rarumi -Experiência de leitura e escrita


                                      Livro A invenção de Hugo Cabret
Tive uma experiência incrível com os meus alunos do 6º ano do ano passado, fizemos a leitura do livro A invenção de Hugo Cabret, através do projeto descentralizado, foi muito bom, fizemos leitura compartilhada através de roda de leitura, na sala de aula, no pátio e no jardim da escola, como é escola de bairro distante da cidade, fica na zona rural, tinhamos a companhia dos canários, que cantavam toda vezes que estávamos fazendo a leitura oral, tirei várias fotos para ficar registrado esse momento maravilhoso, escreveram sinopse dos capítulos enquanto estavam lendo, leram alguns capítulos para seus pais como tarefa de casa, pesquisaram mágicas na internet, apresentaram as mágicas a seus colegas de outras turmas da escola, representaram alguns capítulos através de imagens, após o termino da leitura do livro, assistiram o filme, no debate disseram que foi muito melhor ler o livro do que assititr o filme, porque na leitura constaram muitos detalhes que no filme não apareceu, Gostei muito de ter participado desse projeto de leitura e escrita.

Depoimento da Dirce Rarumi sobre leitura e escrita

A leitura entrou na minha vida como uma magia, minha querida mãe, veio do Japão, já adulta, tinha dezessete anos, logo que chegou aqui se casou, não falava português. Eu lembro-me, ainda bem pequena, ela falava comigo e com meus irmãos em japonês. O tempo foi passando e chegou o momento de irmos para escola, o meu irmão mais velho teve paralisia infantil quando era bebê, caminhava com muita dificuldade, mas mesmo assim, ela fez de tudo, para que fóssemos para escola. Toda vez que ela tinha que fazer uma leitura como ler a receito de um bolo, lia suas receitas escrita em japonês, e eu sentava do lado dela para ver. Mas quando viu que eu aprendera a ler na escola, pedia para ler as receitas das caixinhas de maisena, para que ela pudesse escrevê-las em japonês. Mesmo não sabendo ler em português, foi uma mãe dedicada, não nos deixou faltar nada apesar dos tempo difíceis, comprava os livros a prestação do vendedor que passava nas casas vendendo livro, tinhamos enciclopédias, histórias de fadas era para mim, e gibis para os meus irmãos, sinto saudade do meu tempo de criança, tudo muito simples , mas com grande valor, passava horas lendo para os meus pais, as vezes ela lavando as louças na pia, e eu sentada na escada lendo para ela, isso me fazia sentir feliz.

Hoje sou professora de português, porque desde muito cedo aprendi a interagir com a leitura e escrita pelas dificuldades de meus pais.Como Rubem Alves diz em seu depoimento, a literatura é um processo de transformação da alquimia, temos que devorar muitos livros( ler muitos livros), de diversos autores, para se transformar. E foi lendo Sidney Sheldon, série reencontro, a ilha pedida, Poliana menina, A Mina de ouro, Machado de Assis, José de Alencar, Marcos Rey, Fernando Pessoa, série vaga lume, e outros que tomei o gosto pela leitura.

O despertar para a leitura - Profª Marisa

Não sei dizer ao certo quem foi meu grande incentivador, mas acho que foi meu pai. Ele era professor e cresci rodeada de livros. Lembro que, quando pequena, ao sair de férias, sempre levava um livro escolhido entre vários de uma coleção para crianças. Gostava muito das fábulas de Esopo. Não me lembro de vê-lo lendo livros, mas jornais sim. Essa discussão me fez lembrar de minha infância, e, achava que era uma aluna como muitos que hoje vemos. Porém, com essa discussão, vejo que não: eu era privilegiada e não tinha me dado conta. A sala da casa onde passei toda minha vida, possui uma estante de alvenaria lotada de livros: infantis, clássicos da literatura, enciclopédias, dicionários, livros de pesquisa de diversas áreas, coleções diversas, enfim, muitos livros. Além dos que ele usava para preparar suas aulas.
   Lembro também que lia os livros pedidos pelos professores. O meu primeiro foi Monteiro Lobato, na antiga  quarta série. Aí me vem Gil falando de como Lobato influenciou sua infância; recordo-me de me apaixonar por Machado de Assis ao ler Memórias Póstumas, e, por causa disso, ler outros de sua autoria. Não posso deixar de mencionar uma professora que me indicou um livro de Richard Bach que eu amei e passei a procurar outros do mesmo autor.
   Quando mais velha, já na faculdade, eu e minha irmã, na época de Natal, íamos juntas comprar livros para presentear: comprava um de presente pra mim e outro para ela; ela fazia o mesmo: um pra ela e outro para me presentear.

   Com certeza, minha família teve grande influência no meu gosto pela leitura.

domingo, 2 de junho de 2013

depoimento: Professor Nilton, "Como me apaixonei pela leitura."
Bem, é um pouco diferente minha experiência com a escrita e a leitura, lembro-me de quando era criança e aprendi a ler. Minha família era muito pobre tínhamos um colchão de casal para dividir entre três irmãos, e às vezes minha irmã menor pensava que dormia no banheiro e o xixi ficava ali mesmo no colchão, dividido por três. Quando eu comecei a ler lia de tudo, como não tínhamos livros de literatura para ler eu lia minha cartilha “Caminho Suave”, pois é, faz tempo e ainda diziam que era uma cartilha nova, o primeiro ano que estavam usando ela na escola. Eu lia tudo que conseguia uma vez o patrão do meu pai foi em casa e me viu lendo um livro que era da minha irmã ficou olhando e perguntou:
- Esta estudando para prova?
- Não.
- Ta estudando para que?
-Não estou estudando, só estou lendo.
Por ser um homem muito bondoso ele riu e disse que iria trazer presentes para mim, pensei logo em carrinhos, brinquedos, ou até uma bicicleta, dois dias depois ele chegou em casa com uma caixa, corri para ver o que era e fiquei desapontado quando vi que eram livros, já que eu esperava brinquedos. Mas comecei a ler e fui me encantando, me apaixonando, como eu estava aprendendo a ler demorei um pouco, mas quando terminei toda a coleção do JULIO VERNE, que era o presente que ele me deu, já estava terminando também a antiga segunda série. Foi incrível ter o senhor Verne me ensinando a viajar pelas 20.000 léguas submarinas, ir da terra a lua, conhecer o centro da terra e até mesmo fazer uma maquina contra Robur o conquistador, pois é eu tinha uma imaginação muito fértil, acho que foi por isso que dei tanto trabalho aos meus professores, também quem poderia impedir o Incrível Garoto que podia se transformar em qualquer coisa, eu acreditava mesmo que isso acontecia. Foram os livros, eles são culpados por hoje eu ser feliz, por adorar escrever e por querer que todo aluno se transforme pelo menos num apaixonado pela leitura, me encanto quando falo de literatura, e sempre que posso volto a ser o Incrível Garoto que podia se transformar em qualquer coisa, só que hoje a única coisa que quero me transformar é num bom PROFESSOR.